terça-feira, 29 de abril de 2014

Incompleta



Tu não sabes quanta coisa que nunca te disse. Essas palavras a menos somam barricadas entre nós. Se te culpo pelo que não procuraste saber de mim ao mesmo tempo não me perdoo o que não pude revelar-te de mim.. O que havia de impensável entre nós, o que não luzia em nosso olhar ensombrecido e não aquecia nossos gestos tristes - tudo isso que nos faltou -  vive, ainda hoje, em mim, na incompletude do que sou.

Dalva Nascimento



Crédito da imagem: fotografia de Francesca Woodman 



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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Pela estrada afora




E lá vou eu nessa estrada
Desafiando o coração
Cantando em prosa ou canção
Feito uma ave cantadeira
Cantar, cantar, cantar
Viver, viver, viver

Paulinho Pedra Azul
em Ave Cantadeira

http://youtu.be/V7iXb-vK6Zc


Desconheço a autoria da imagem

Sobre o sonho



(...) nós temos olhos que se abrem para dentro, esses que usamos para ver os sonhos.

Mia Couto


Crédito da imagem: daqui



Absurdo nosso de cada dia



Dai-nos, meu Deus, um pequeno absurdo quotidiano que seja,
que o absurdo, mesmo em curtas doses,
defende da melancolia e nós somos tão propensos a ela!
(...)

Garanti-nos, meu Deus, um pequeno absurdo cada dia.
Um pequeno absurdo às vezes chega para salvar.

Alexandre O'Neill, in "Poesias Completas"


Desconheço a autoria da imagem

Dos meus livros



— É pecado sonhar?
— Não, Capitu. Nunca foi.
— Então por que essa divindade nos dá golpes tão fortes de realidade e parte nossos sonhos?
— Divindade não destrói sonhos, Capitu. Somos nós que ficamos esperando, ao invés de fazer acontecer.

Machado de Assis in Dom Casmurro


Crédito da imagem: Benoit Courti

Cheganças





Sabedoria de criança




A poesia nossa de cada dia


Indispensável, para mim, já que não imagino uma vida sem sonhos.



Sobre os sonhos



"Da existência ficara-lhe o olhar desvairado, para dentro, de quem segue na alma um sonho e anda na vida por acaso, o olhar daqueles em quem a vida interior é enorme e que ficam surpreendidos quando a dor lhes diz que o mundo existe."

Raúl Brandão
in A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore


Crédito da imagem: arte de Leda Nascimento

domingo, 27 de abril de 2014

E quem não gosta de sonhar acordado?



Das coisas simples



Tudo que parece meio bobo é sempre muito bonito, porque não tem complicação. 
Coisa simples é lindo. 
E existe muito pouco.

Caio F. Abreu


Domingo com poesia... e saudade II



vou-me embora com ar de borboleta triste, depois da chuva, e volto mais tarde de peito cheio de rosas.

Manuel Cintra


Domingo com poesia... e saudade



vinham ondas e ondas e mais ondas
rebentar dos teus nos meus olhos

Joaquim Manuel Magalhães




"Não quero adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa."

Oscar Wilde


Eles x Elas



Samantha: "Como era ser casado?"
Theodore: "Era emocionante...Nós crescemos e mudamos juntos. Mas essa é a parte difícil. Mudar sem assustar o outro."

(do filme "Ela")

Somente a ti...



Ao fazer a mala, tenho de pensar em tudo o que lá vou meter para não me esquecer de nada. Vou ao dicionário e tiro as palavras que me servirão de passaporte: o equador, uma linha de horizonte, a altitude e a latitude, um lugar de passageiro insistente. Dizem-me que não preciso de mais nada; mas continuo a encher a mala. Um pôr-do-sol para que a noite não caia tão depressa, o toque dos teus cabelos para que a minha mão os não esqueça, e aquele pássaro num jardim que nasceu nas traseiras da casa, e canta sem saber porquê. E outras coisas que poderiam parecer inúteis, mas de que vou precisar: uma frase indecisa a meio da noite, a constelação dos teus olhos quando os abres, e algumas folhas de papel onde irei escrever o que a tua ausência me vem ditar. E se me disserem que tenho excesso de peso, deixarei tudo isto em terra, e ficarei só com a tua imagem, a estrela de um sorriso triste, e o eco melancólico de um adeus. 

Nuno Júdice 


Ah... e não é???


Sabedoria de criança II




Dia de outono



É, abril chegou e já quase se despede. Mas os dias ainda estão muito quentes (consolo: as noites são mais frescas). Hoje teve de tudo um pouco. Sol logo cedo, céu azul, calor. Perto da hora do almoço uma chuvinha suave, parecia que ia refrescar; caiu, a água fez poças – mas que nada: veio de novo o sol, e o calor também. 

Mesmo assim a cidade já tem cara nova. Tem magia no ar – este ar que, apesar de quente, tem um brilho diferente. Se repararmos bem, algumas praças já apresentam aquele tapete amarelo-avermelhado espalhando-se aos nossos pés. Acho que se o Céu tiver uma porta, o tapete de boas-vindas vai ser assim, de folhas alaranjadas, amarelas e vermelhas.

O vento sopra diferente cantando novas músicas, tirando as folhas para dançar... e as árvores que ficam nuas parecem chorar.

A tarde hoje foi de Clarice (ela, a Lispector), enternecida que me deixou com a gentileza das folhas a caírem. Vinha uma folha embalada pelo vento, caindo da árvore – insistente, permanecia no ar, se negando a cair ao chão – leve esperança que resta antes da dura e úmida calçada.

Em cada vento, em cada folha, em cada cor – é o outono introspecção e reflexão.

Dalva Nascimento


Crédito da Imagem: Google



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Com base no trabalho disponível em http://infinitoparticulardalva.blogspot.com.br/.



Sua luz interior


"Se a chama que está dentro de ti se apagar, as almas que estão ao teu lado morrerão de frio."

François Charles Mauriac

#riosemcopa




Quero mais



(...) 
Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. 
Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo
do meu prazer e me fazer crer que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre".

Gabriel García Marquez 


Crédito da imagem: Google

Sempre aprendendo



"Eu cai tanto na minha vida que aprendi a ver o chão macio, eu sei que não plantei espinhos porque já voltei descalço pelo caminho e encontrei somente flores."

Rhenan Carvalho


Abra os seus olhos...



Sempre, para que se possa olhar adiante, pros lados, prá trás e por que não prá dentro?

Sem mágoa, sem pessimismo, nada disto.
Realismo, porque é preciso, também.
Não é fácil, menos ainda indolor...
Mas é preciso...




"As pessoas que eu mais admiro são aquelas que nunca acabam."

Almada Negreiros 




Crédito da imagem: Tú Lệ, Yen Bai, Vietnam © The Hung Tran



A função da arte



"A arte existe porque a vida não basta."

Ferreira Gullar



Crédito da imagem: Arte de Christina Nguyen


Dói-te a vida?



Olhos baixos, o médico escutou tudo, sem deixar de escrevinhar num papel. Aviava já a receita para poupança de tempo. Com enfado, o clínico se dirigiu ao menino:

- Dói-te alguma coisa?

- Dói-me a vida, doutor.

O doutor suspendeu a escrita. A resposta, sem dúvida, o surpreendera. Já Dona Serafina aproveitava o momento: Está a ver, doutor? Está ver? O médico voltou a erguer os olhos e a enfrentar o miúdo:

- E o que fazes quando te assaltam essas dores?

- O que melhor sei fazer, excelência.

- E o que é?

- É sonhar.

Mia Couto 
in Sonhar, O Fio das Missangas


Crédito da Imagem: Google



Palavras, palavras



Há palavras que fazem bater mais depressa o coração – todas as palavras - umas mais do que outras, qualquer mais do que todas.
Conforme os lugares e as posições das palavras.
Segundo o lado onde se ouvem – do lado do Sol ou do lado onde não dá o Sol.

Almada Negreiros


Crédito da Imagem: Google


Nossos tempos


A ciranda do comer, desciranda da fome


Primeiro foi nossa mãe que deu de não mais comer. Em meu desentender eu admirava aquilo. Ela servia-nos as pequenas porções em cumbucas de plástico, se sentava num canto e trocava olhares cumpliciosos com a santa triste do quadro na parede.

Sentados no chão, em roda, todos os filhos comiam o de comer e as palavras, ninguém dava assunto falado, apenas uma ou outra vez olhávamos os olhares silenciosos das duas santas trocando diálogo mudo, uma em cada canto do cômodo pobre.

Nosso pai comia de pé, tinha preferência por não utilizar pratos, se servindo na própria panela de barro à beira do fogão. Comia pouco o nosso pai, um quase nada, o que me causava de incompreender.
Um a um íamos terminando nossa rala refeição, e, quando cada um se erguia, dava sempre uma espiada pidona pra ele, que comovido repartia com todos o pouco que lhe restava, engolia uma água barrenta, dedicava um olhar terno à nossa mãe e saía.

Ela se levantava trôpega, desistida dos olhares da santa, miúda e sumida dentro do vestido largo e gasto; encostada no batente da porta ela dava dois minutos a olhar ele sumindo na estrada. Depois ela sacudia os braços fingindo tanger algum bicho, nas sacudidas batia os dedos na porta e quando se virava estava com os olhinhos cheios d’água, se culpando pela distração. Nossa mãe, quando deu de não mais comer, deu também de não chorar pela miséria.

O sol grande ainda tinha metade do dia para cumprir sua sina; e nosso pai um tanto disso também para conseguir a próxima refeição. À vezes, em muitos às vezes, ele falhava de não conseguir, e retornava calado, recusando nossos olhares famintos.

Depois foi nosso pai que deu de não mais comer, imitando nossa mãe, se resguardando para as magrezas que faziam morada em seu corpo, e juntava os beiços assobiando melodias tristes pra tanger a fome.
Certo dia, enquanto sentados no chão em ciranda aguardávamos as nossas porções de comida, ele fez com que nosso irmão mais velho saísse da roda. Nossa mãe suplicou com o olhar, pedindo socorro à santa do quadro na parede; tive a sensação que a santa evitou o olhar angustiante de nossa mãe. O prato de nosso irmão permaneceu vazio e só.

Agora foi nosso irmão mais velho que deu de não mais comer. Seus olhos se afundavam na cara, sumiam lá pra dentro das cavas, insistiam em nos fazer doer umas dores estranhas quando dávamos com seus olhos. Ele, mais nosso pai, repartiam as magrezas pelos seus corpos. Nossa mãe, distraída, se atropelava pelos dedos quando sacudia os braços tangendo bichos que não se via, e chorava de dor servindo o de comer que cada dia era menos e menos.

Noutro dia foi a minha vez, também dei de não mais comer. E a ciranda de meninos sentado no chão foi se diminuindo sob o olhar triste da santa na parede.

Joilson Kariri - Sertão Urbano



Crédito da imagem: Google


Saber olhar


"Não há sete maravilhas do mundo aos olhos de uma criança. Há sete milhões".


Photo by © Ragavendran
"There are no seven wonders of the world in the eyes of a child. There are seven million.”


Saudade de amar



Saudade, eu tenho saudade.
Mas não de contigo voltar.
Eu vivo sentindo saudade,
De amar

(Nana Caymmi, em Saudade de Amar)

.................

Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte das alegrias da vida. Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo (...).
O dinheiro não era nada, o poder não era nada. Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e mesmo assim era infeliz.
A beleza não era nada. Vi homens e mulheres belos, infelizes, apesar de sua beleza. 
Também a saúde não contava tanto assim. Cada um tem a saúde que sente. Havia doentes cheios de vontade de viver e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer.

A felicidade é amor, só isto. Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito. 
Mas amar e desejar não é a mesma coisa. O amor é o desejo que atingiu a sabedoria.O amor não quer possuir. O amor quer somente amar.

Hermann Hesse


Crédito da imagem: arte de Christina Nguyen





A poesia nossa de cada dia


"Toda despedida é dor...
tão doce, todavia,
que eu te diria boa noite
até que amanhecesse o dia."

William Shakespeare


Crédito da imagem: Pintura a óleo de 1870 por Ford Madox Brown retratando a famosa cena do terraço de Romeu e Julieta.

Apure o olhar...



Assim como "o essencial é invisível aos olhos", essencial é apurar o olhar...

"Que a importância esteja no teu olhar, não naquilo que olhas."

André Gide


Crédito da imagem: facepage Corujando as palavras


"Felicidade acontece em horinhas de descuido..."

João Guimarães Rosa



Crédito da imagem: facepage  Conti outra


Manhãs de domingo



"Aquele que caminha sozinho pode até chegar mais rápido... Mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe."

(desconheço a autoria)


Que nessa semana nossos caminhos nos levem longe...




Sabedoria de criança


Esse garotinho é demais... rsrsrs! Me encanta!


É sagrado viver


Partilho este texto tão bonito, pedacinho de um livro que ganhei de presente de uma amiga querida... 


A voz da mulher solicita ao filho que atravesse a rua com cuidado. Enquanto fala, ajeita o casaco sobre o corpo miúdo que nasceu de suas entranhas. Muitos amigos o esperam. A mulher se apressa numa íntima recomendação. As poucas palavras resguardam preocupações. Ele não ouve. Já está envolvido pelos outros meninos que com ele comemoram os motivos que lhes são particulares. O beijo na testa o alforria para a travessia. Abraçado a uma mochila de lona azul, o menino corre na direção do ônibus que o levará ao destino que desconheço. 

O corpo materno se encosta no carro. Parece rendido, cansado, como se a entrega do filho ao ônibus finalizasse um doloroso ritual de preparo. Com uma das mãos amparando a boca, enquanto a outra abre estradas pelos cabelos, ela companha todos os movimentos do menino. Só Deus conhece os sentimentos que lhe ocorrem. As amarras do amor a inflamam. Há elos humanos que só um coração materno pode experimentar. É incomensurável o vínculo que os congrega. O corpo filial é um desdobramento físico do seu. Ossos nascidos de seus ossos, carnes extraídas das suas, sangue retirado de seu sangue. Uma geografia humana desmembrada, como gleba que se desprende do continente assumindo a condição insular.

As liturgias do tempo. O corpo menino a viver o inevitável destino de crescer, assumir autonomia, ser convidado a uma programação que não a inclua, entrando em veículos que o levam para longe do ventre que o trouxe ao mundo. O broto crescido, o organismo que assume aos poucos a condição de totalmente outro, uma idiossincrasia sendo desvelada, atravessando a rua, buscando caminhos que não a comportam. As vozes do mundo clamando pelo seu filho, levando-o para longe dos olhos que velaram incansavelmente para que sobrevivesse ao mínimo dos perigos que poderiam ceifá-lo antes do tempo.

O ônibus se afasta. A mulher arrisca um último aceno. A mão desenha no ar um movimento que só a alma compreende. A simbiose segue o curso de outros recursos. Depois de expulso do ventre, o filho carrega consigo as amarras delicadas da pertença. É a ciranda do amor, o movimento que se opõe ao desdobramento físico. Enquanto as carnes se expulsam para que se assumam autônomas, uma sutura espiritual os coloca em definitiva comunhão. A mão materna, ainda que não achada pela mirada do filho, continua o aceno que só ela vê. É certo que o gesto está preso ao sentimento que a encorajou a expor a cria ao temporário do afastamento. O menino voltará. É certo que voltará. Terminado o dia, ela o recolherá cansado das alegrias que só alegram porque passam. Voltará necessitado de banho quente, toalhas limpas, desejoso de colo, abraços que o devolvam à segurança da cumplicidade que só o lar bem edificado pode lhe dar. A mulher o receberá. Retomará a tutela que lhe atribui sentido. Amará o amor que tem o dom de carbonizar na alma a semelhança que o tempo não apaga. Investigará cada centímetro de seu desdobramento à caça de arranhões que careçam de cuidado.

A cena se desfaz. Ônibus e mulher se distanciam de meus olhos. Não posso reter o instante. O acaso me permitiu contemplar a agenda daquele amor. Retomo meu destino. As ruas repletas não me permitem demora na despedida presenciada. O cotidiano me absorve. Um engasgo de emoção me recorda a condição de vivente. A vida me afeta. Sorrio sozinho ao reconhecer que os detalhes do mundo ainda me assombram. Não sou indiferente às transcendências da cidade, ao milagre que estraçalha o espelho dos dias e vem lavar meus olhos com sua luz delicada.

É diante do natural que minha alma se ajoelha. Rende-se ao simbólico das vias térreas, à trama de ouro que sustenta o ordinário da vida, à luz batismal que banha o paganismo dos séculos, o detalhe divino que minha alma reconhece e absorve.

Sigo meu caminho. A luz da manhã reveste a cidade com cores recém-nascidas. O alaranjado das horas me inspira renascimento, Ardem diante de mim as epifanias do mundo. Meus olhos ultrapassam a matéria finita dos corpos, o concreto dos muros. Prescruto e ultrapasso a côdea da concretude de todos os seres criados. Todo a realidade espiritual das coisas, a alma que sustenta as cenas humanas, o centro onde pulsa o significado de tudo. Eu ando pelas ruas. Todas as vozes salmodiam comigo. É sagrado viver!

(Padre Fábio de Melo, do livro "É Sagrado Viver")


Será?

Alguns dizem que há controvérsias...


sábado, 26 de abril de 2014

Livro perdido é livro encontrado... e lido!


UM LIVRO FECHADO NA ESTANTE TEM O MESMO VALOR DE PÁGINAS EM BRANCO...



Para quem não sabe, nos dias 16 a 23 de abril foi realizada 8ª edição do "BookCrossing Blogueiro".  Esse evento é liderado, na Blogosfera, pela Luma do Blog Luz de Luma, que sempre nos convida a participar das duas edições anuais que promove. E a cada edição nosso gesto é simples: libertar um livro nosso, que já foi lido... "esquecê-lo", intencionalmente, em algum lugar, para que possa ser encontrado e lido, ao invés de ficar  fechado em nossas estantes. Escolhemos, cuidadosamente, um lugar público, com grande movimentação de pessoas: uma praça, um café, um ônibus, bibliotecas, salas de espera... e lá deixamos nosso livro "esquecido", para causar surpresa e alegria à pessoa que o encontrar. Dentro do livro, deixamos um bilhetinho, explicando o porquê do nosso gesto e convidando a pessoa a participar da iniciativa.




Nesta edição, escolhi libertar o livro Métrica, de Colleen Hoover. Ele ficou "esquecido" num café, na Praça Saens Pena, na Tijuca, no dia 23 de abril, data em que se comemora o Dia Internacional do Livro. Que ele tenha sido encontrado por uma pessoa que o aprecie e que se torne um novo participante dessa iniciativa, que, a cada edição, nos deixa mais motivados a participar!


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